O dia que o véio da Havan me ligou (e eu quase não atendi)

O dia que o véio da Havan me ligou (e eu quase não atendi) Jeferson Sobczack e Luciano Hang

Era um dia ensolarado em Balneário Camboriú. O sol batia forte nas janelas do escritório do Pacífico Empresarial, na Avenida do Estado, a poucos metros do mar. Eu estava lá como pessoa jurídica, vestindo meu “uniforme” de analista de negócios para um projeto de aplicativos Android e iOS para um cliente importante. Não era o trabalho dos meus sonhos, mas pagava as contas: escola da minha filha, comida à mesa, aluguel do apartamento e, claro, me permitia seguir empurrando o sonho do CIDADENOAR.COM, o portal de notícias que eu desejava ver expandido por todo o Brasil.

A rotina que mantém o sonho vivo

Naquela manhã, alternava entre reuniões de alinhamento, planejamento e testes no celular. Enquanto isso, o CIDADE NO AR já bombava na minha cabeça — era nele que eu queria investir toda a minha energia a longo prazo. Receber pautas em primeira mão, criar conteúdo de valor para as comunidades locais, gerar influência positiva… tudo isso era meu propósito. Mas, por ora, meu “dia a dia de sobrevivência” era garantir entregas pontuais para o cliente, manter a relação de confiança e, de quebra, aprender novas técnicas e fazer contatos profissionais.

O convite inesperado

Foi durante um intervalo que eu conferi o e‑mail: um comunicado da assessoria do Luciano Hang — o “véio da Havan”. Eles convidavam veículos de comunicação para uma conversa direta com ele, a ser agendada para as 15h daquele mesmo dia. Meu coração acelerou: era uma oportunidade rara de entrevistar um dos empresários mais influentes do país, que dias antes havia declarado apoio público ao Bolsonaro na campanha de 2018.

Mas, imerso no fluxo de trabalho, só vi a mensagem às 15h30. Um frio na espinha: eu havia perdido o horário combinado com um bilionário. A fala “não deixe escapar essa chance” ecoou na minha mente, e um misto de decepção e adrenalina tomou conta. Por um instante considerei deixar pra lá, mas quem me conhece sabe: quando vejo uma brecha para avançar no CIDADENOAR.COM, corro atrás.

A corrida pelo silêncio

Fechei o notebook com um estalo final, levantei da mesa num impulso e atravessei o escritório em passos largos. Cada clique dos meus sapatos no piso ecoava pelos corredores, então segui para o elevador sem olhar para trás — precisava encontrar um refúgio de silêncio. Ao abrir as portas, respirei fundo e desci ao nível do estacionamento, que, felizmente, era coberto. Caminhei até o carro estacionado próximo à entrada principal, abri a porta e me acomodei no banco do motorista.

Lá dentro, reinava um silêncio quase absoluto, interrompido apenas por leves rugidos de motor e o estalar distante de buzinas. O ar fresco que entrava pelas frestas das janelas ajudava a diminuir a tensão, e o espaço fechado do veículo virou meu “escritório” improvisado para aquela ligação decisiva.

Tentativas e quase fracasso

Toque… toque… nada. “Vai cair numa caixa postal, deve ser um assessor”, pensei. Resisti à vontade de me lamentar e apertei para tentar de novo. Disquei pela segunda vez. Novamente não foi atendido o telefone, já retornando para a sala, vejo uma chamada perdida, e ao me organizar pra retornar, nova ligação. Atendi e num reflexo, aproximei o telefone do ouvido e disse, antes mesmo de ouvir qualquer coisa:

Eu: “Alô?”

Do outro lado, ouvi uma voz pausada:

Luciano Hang: “Desculpe não ter atendido antes, eu estava levando o Roberto Justus ao heliponto.”

Por minha surpresa, eu não conversava com um assessor: era o próprio Luciano Hang. Um misto de espanto e gratidão brotou no meu peito.

O encontro pelo telefone

A firmeza da voz dele e a simplicidade no tom mostravam uma humildade que poucos esperam de um bilionário. Ele se apresentou, pedindo desculpas de forma sincera. Eu, tentando controlar a ansiedade, agradeci pela oportunidade e prometi ser breve — mas, para minha surpresa, a conversa estendeu‑se por mais de quinze minutos. Era como se dois parceiros de missão compartilhassem um propósito maior: um Brasil mais sério, honesto e baseado em valores familiares e cristãos.

Perguntei diretamente:

Eu: “Por que você decidiu apoiar publicamente o Bolsonaro em 2018?”

E ele respondeu, sem rodeios:

Hang: “Pelos valores. Família, honestidade, seriedade. O Brasil que queremos só depende de nós. Cada cidadão precisa se levantar e agir, não ficar esperando o outro tomar iniciativa.”

A frase ecoou alto dentro de mim. Não era apenas uma opinião política: era um chamado ao protagonismo cidadã. E o CIDADENOAR.COM, como portal, precisava amplificar esse tipo de mensagem — mostrar que, mais do que consumir notícia, cada leitor pode ser agente de transformação.

O retorno à sala e as zoações

De volta à sala de trabalho, meus colegas notaram meu semblante empolgado e logo começaram a perguntar:

Colega 1:Jeferson, o que aconteceu? Tá diferente!”

Colega 2: “Deixe eu adivinhar… o papa te ligou?”

Com um sorriso satisfeito, respondi:

Eu: “Não… quem me ligou foi o Luciano Hang, o véio da Havan.”

Houve risadas desconfiadas, até perceberem que eu estava falando sério. Um silêncio tomou conta e, então, todos entenderam que coisas incríveis acontecem para quem busca e confia. “Deus é por nós. Confie sempre Nele, mas aja! Sempre.” Foi o que eu disse antes de mergulharmos de volta às demandas do dia.

Do silêncio ao reconhecimento

Quando desliguei, deu aquele clique interno de realização. Senti‑me satisfeito, tranquilo e com uma certeza renovada: qualquer pessoa, por mais “pequena” que pareça, pode manter uma conversa de igual para igual com alguém “grande”. O poder está em preparar a pauta certa, mostrar alinhamento de valores e acreditar no próprio trabalho.

Nos dias seguintes, recebi um convite para gravar uma entrevista presencial, com câmeras, narrando detalhes do encontro. O vídeo, disponível quase na íntegra no canal do YouTube do CIDADENOAR, rendeu milhares de visualizações e novos leitores. Pouco depois, já em São Paulo, estava eu nos bastidores do SBT, participando do debate dos presidenciáveis — e lá estava eu, novamente trocando breves palavras com o véio da Havan nos bastidores, reforçando a importância de estar presente onde as ideias circulam.

O papel do gestor e do portal

Como gestor do CIDADENOAR, meu maior desafio é conectar relatos inspiradores a pessoas que, muitas vezes, nunca imaginam ter acesso direto a quem molda cenários nacionais. Se Hang elogiou o nome “CIDADE NO AR” por ser “simples e ao mesmo tempo amplo”, é porque nosso portal tem a missão de espalhar histórias que mostrem o potencial de cada indivíduo e comunidade. Histórias que, no fundo, dizem:

“Você também pode fazer a diferença.”

Essa ligação no estacionamento mostrou que a diferença entre perder e ganhar pode estar em alguns segundos de coragem — sair da zona de conforto, buscar o silêncio num carro, não se intimidar pela vaidade alheia e manter o foco no propósito de informar.

Lições e reflexões

  1. Planejamento se mistura à coragem: ter um bom direcionamento (o e‑mail com o horário certo) não basta sem a coragem de ligar fora do horário combinado e insistir.
  2. Humildade abre portas: a atitude simples de pedir desculpas e explicar o motivo do atraso humanizou o Hang diante de mim — e deve humanizar o CIDADENOAR diante dos leitores.
  3. Valor do indivíduo: não importa o tamanho do seu negócio ou cargo, se você comunica com clareza e mostra credibilidade, pode atrair a atenção de qualquer pessoa.

Mais do que contar essa história, quero que ela alimente o desejo de cada leitor de buscar seu espaço. O cenário político, econômico ou social só muda quando indivíduos agem com propósito — e é isso que buscamos no CIDADENOAR: catalisar essa energia positiva.

Um convite ao leitor

E você, que chegou até aqui, pare um instante e responda com sinceridade:

Qual é o seu sonho de verdade?

Não me refiro a “pagar boletos” ou “manter o saldo positivo no banco”, mas ao seu propósito de existência. O que faz seus olhos brilharem quando você pensa em amanhã? Você está movendo suas peças para alcançar essa meta, ou deixa o peso das contas te paralisar?

Se a resposta for “ainda não sei” ou “não tenho tempo”, talvez seja hora de reassumir o volante da sua história. Corra riscos calculados, ajuste o fôlego e busque o seu “número na tela” — quem sabe, você não atende algo muito maior que não imaginava.


Este artigo faz parte da minha jornada como gestor do CIDADE NO AR e como pessoa que acredita que toda história inspiradora merece ser compartilhada. Se gostou, acompanhe nossos canais, deixe seu comentário e compartilhe com quem precisa de um empurrãozinho para ligar naquele “número desconhecido” que pode mudar sua trajetória.

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